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FICHA TÉCNICA 

FICHAS DE GRAVAÇÃO

CAPA DO ÁLBUM MAESTRIAS

       Divido aqui com vocês como foi um pouco desse processo de ir conhecendo cada universo de cada música. Um pouco dos nossos encontros com amigos de longa data com quem eu sempre tive vontade de trocar, como Zezinho Show, lá do Exú-PE ou Nicolas Krassik, violinista que atravessou o mundo pra assimilar uma cultura estrangeira, matar no peito e devolver em forma de talento e qualidade. São tantos a falar. 

       Deixo vocês com a ficha técnica desse álbum, lançado à moda antiga sem EPs, lançar faixa a faixa ou coisa assim. Sou analógico e desnorteado mesmo. Usurfruam desse que é meu melhor defeito.

       Tenho muito orgulho de, junto com Carolina Albuquerque de produção executiva, ter conseguido reunir esse numero tão expressivo de pessoas que efetivamente contribuiram para a formação de uma identidade nacional. Mestres, foi um prazer e uma honra para mim estar ao lado de vocês.

Produção Executiva: Carolina Albuquerque

Produção Musical e Arranjos: Daniel Gonzaga

Capa: Luciano Leite 

Mixagem e Masterização: Eduardo Chermont 

O TEMPO QUE PAROU   

(DANIEL GONZAGA)

Part. Cezzinha/ Gabriel Rezende

 

O TEMPO QUE PAROU é a canção que abre o álbum MAESTRIAS.

Um xote que mistura guitarras, flautas e referências.

Somente de minha autoria, ela traz a participação de meu afilhado, Gabriel Rezende, na flauta transversal, a pessoa mais nova a participar desse projeto.

Gabriel estuda com nomes como Marcelo Bernardes e Carlos Malta e, dentro desse universo de mestres, é um simbolo da força das novas gerações.

Ele dá a primeira nota do álbum.

Junto a ele está Cezzinha, cantor e sanfoneiro de Recife, com sua voz de mel e sua simpatia.

Cezzinha abre o disco pois, além de exímio músico e cantor singular, me disse coisas importantes quando contei de meus planos de gravar esse álbum. Coisas sobre minha influência nesse cenário de  luta pelas manifestações culturais brasileiras.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Zabumba - Gustavo Ferreira

Triángulo - Julio Dreads

Flauta - Gabriel Rezende

Reco Reco - Julio Dreads

Baixo - Digo Ferreira

Flauta - Thais Ribeiro

Guitarra - Daniel Gonzaga

Programação - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Sanfona - Cezzinha

Voz - Cezzinha

É FOGO ESSE NOSSO AMOR    

(ANASTÁCIA/ DANIEL GONZAGA)

Part. Fagner/ Durval Pereira

 

Um dia estava no aeroporto, indo ou voltando de algum lugar, junto com Anastácia e Carolina.

Anastácia me diz - "Empresta seu celular pra gravar uma coisa".

Emprestei e ela balbuciou alguma coisa bem baixinho no aparelho, me devolveu o mesmo e disse: termina depois.

Uns dias depois estávamos juntos, em casa, e terminamos a canção de amor.

Essa música é interpretada por Fagner, no álbum, com seu jeito caracteristico, que ajudou a difundir a música nordestina pelo Brasil.

Minha história com Fagner se funde à história dele com minha família. Gosto de pensar que temos uma espécie de humor só nosso e que nos faz próximos.

Tem também a presença de um amigo querido - Durval Pereira - o zabumbeiro do Brasil, abrilhantando a parte instrumental. Durval é amigo que se faz nos palcos da vida, cada um em uma banda, se cruzando pelo mundo. Sou admirador antigo e, embora tenhamos caminhos próximos, Durval nunca havia gravado comigo antes.

Ela é um baião gostoso, que fala de amor.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Triângulo - Julio Dreads

Efeitos - Julio Dreads

Zabumba - Durval Pereira

Baixo - Digo Ferreira

Guitarra - Daniel Gonzaga

Programação - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Voz - Fagner

XOTE COLADINHO      

(ANASTÁCIA/ DANIEL GONZAGA)

Part. Flávio José/ Luizinho Calixto/ Nicolas Krassik

 

XOTE COLADINHO é mais uma música em parceria com Anastácia. Eu fiz o refrão e a primeira parte em casa e fiquei morrendo de vergonha de mostrar para a rainha.

Eu estava recém chegado em SP e não tinha muita intimidade com ela.

Mostrei a primeira e o refrão no violão e ela disse:

- "Faça o seguinte: grave uma fita cassete e dê para Carolina"- com ar de quem não tinha gostado muito do produto.

Deu duas semanas e estávamos em casa quando ela me diz: "Como é mesmo aquele refrão que você cantou outro dia?" e em quinze minutos a música estava pronta.

Quando resolvi inclui-la no álbum ficamos pensando, eu e Carolina Albuqerque, em quem seria agregador para aquela faixa.

A faixa é um xote e representa o xote pé de serra. O duplo sentido leve da música nordestina "Se você quiser eu dou/ meu amor..." então ninguém melhor para estar junto do que Flávio José - o rei do Xote. Flávio aceitou na hora o convite e ainda deu aula: disse que repetisse a primeira parte e cantasse a música toda e ele então cantaria toda  a música novamente. Mexi na estrutura da música e a junção foi perfeita.

Para contribuir com a leveza da música resolvemos convidar o acordeonista de oito baixos - Luizinho Calixto.

Luizinho toca um instrumento raro e dificilimo que é o "pé de bode" ou sanfona de oito baixos. Um instrumento que não é para os fracos. De família nobre, Luizinho transcende o virtuosismo com suas interpretações magníficas.

E pra fechar a tampa e somar-se ao grupo temos Nicolas Krassik. Próprio exemplo de alcance da cultura nacional. Francês, erradicado no Brasil há muitos anos, faz do seu violino um caminho em um forró que hoje tem alcance mundial.

Sanfona - Pablo Moura

Zabumba - Gustavo Ferreira

Triângulo - Julio Dreads

Efeito - Julio Dreads

Reco Reco - Julio Dreads

Sanfona 8 Baixos - Luizinho Calixto

Violino - Nicolas Krassik

Voz - Daniel Gonzaga

Voz - Flávio José

SEU BAIÃO         

(DANIEL GONZAGA/ FLAVIO LEANDRO)

Part. Flávio Leandro/ Dió Araújo/ Zé Pitoco

 

Um dia estava em casa lavando louça e recebo um áudio de Flávio Leandro, meu parceiro nessa canção.

Ele dizia mais ou menos assim: "Poeta, fiz esses versos pra gente começar nossa parceria".

Äh esse mar azul/ esse céu axul/ tão pouco

Ah esse seu baião/ fez meu coração/ tão louco

Eu anotei os versos na parede da cozinha e deixei eles ali guardados (sim, eu anoto coisas na parede da cozinha).

Nascia uma das mais bonitas músicas do álbum.

Com sua leitura da música nordestina feita sob uma ótica de MPB ela traz uma poesia ampla e com cheiro de "vento de beira de praia".

 

Inclusive o álbum ia se chamar MAESTRIA. Flávio Leandro foi quem colocou o S para se tornar MAESTRIAS, em um almoço lá no sertão.

A participação de Flávio foi em um estúdio lá no Bodocó.

 

E aí Carolina Albuquerque teve a brilhante lembrança: "vamos chamar Dió Araújo".

Dió, um querido, topou e veio gravar aqui no meu Escritúdio, mistura de estúdio com escritório. Ainda ficou para a festa do meu aniversário depois, tocou, cantou e divertiu a gente com sua alegria.

E pra adoçar a faixa com seu feitiço, a clarineta de Zé Pitoco, que conheci na estrada também, nesse mundão grande e pequeno.

Zé Pitoco toca vários instrumentos mas eu acho que a clarineta é o que mais combina com seu temperamento tranquilo.

Realmente uma faixa deslumbrante.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Triângulo - Julio Dreads

Caxixi - Julio Dreads

Efeitos - Julio Dreads

Clarinete - Zé Pitoco

Baixo - Digo Ferreira

Flauta - Thais Ribeiro

Zabumba - Dió Araújo

Guitarra - Daniel Gonzaga

Programação - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Voz - Flávio Leandro

ÁGUA PARADA                 

(DANIEL GONZAGA)

 

ÁGUA PARADA é um xote mais voltado para a MPB.

Diferente das nuances "pé de serra" do álbum, ela já traz a mistura de programação eletrônica com teclados e traz também harmonias não tão usuais na música nordestina.

É uma canção que até doi na alma de escutar e traz uma despedida em forma de declaração de amor.

A própria estrutura da música é mantrica e te leva para mundos distantes.

 

Bateria - Guegué Medeiros

Guitarra - Daniel Gonzaga

Programação - Daniel Gonzaga

Sanfona - Pablo Moura

Zabumba - Gustavo Ferreira

Efeitos - Julio Dreads

Baixo - Digo Ferreira

Voz - Daniel Gonzaga

VAQUEIRAMA 

(DANIEL GONZAGA)

Part. Quinteto Violado

 

Quando penso em música nordestina a sonoridade que me vem à mente nem é a de Gonzaga: é a do Quinteto Violado.

Com sua mistura rock progressivo com Brasil profundo, o Quinteto sempre permeou meu imaginário com sua riqueza de informações sobre esse universo.

Quando convidei o grupo para tocar essa faixa nem acreditei quando eles toparam.

Fiz a música VAQUEIRAMA voltando da Missa do Vaqueiro, que acontece em Serrita - PE.

Quem não conhece tem que conhecer. Uma experiência sensorial de sertão que é inesquecível.

Tentei traduzir em alguns versos o que senti (e sinto) naquele lugar.

Quando eles me enviaram a gravação eu chorei igual criança.

Quem diria para aquele menino que cantava "Ê Ê mundão, quem me mata é Deus/ E e mundão, quem me come é o chão"  que o Quinteto Violado gravaria uma canção escrita por ele?

Violão Nylon - Daniel Gonzaga

Teclados - Dudu Alves

Voz - Daniel Gonzaga

Voz - Marcelo Melo

Baixo - Sandro Lins

Flauta -

Viola - Marcelo Melo

Bateria - Roberto

Percussão - Daniel Gonzaga

Percussão - Julio Dreads

EU SOU O MAR

(DANIEL GONZAGA)

Part. Janayna Pereira/ Nanda Guedes

 

EU SOU O MAR é uma música de amor. Um xote romântico e otimista.

Quando comecei os arranjos dessa música me veio o nome da Janayna Pereira logo de imediato.

Esse álbum tem duas vozes que são doces como mel. A de Janayna Pereira é uma delas. A outra é a de Cezzinha na canção O TEMPO QUE PAROU.

A sua voz melodiosa se encaixou perfeitamente na música. Dá até um alento.

Pra acompanha-la chamamos a Nanda Guedes, sanfoneira de SP, que deu um toque especial com o seu instrumento cheio de melodias incriveis.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Zabumba - Gustavo Ferreira

Triângulo - Julio Dreads

Efeitos - Julio Dreads

Voz - Janayna Pereira

Sanfona - Nanda Guedes

Flauta - Thais Ribeiro

Baixo - Digo Ferreira

Programação - Daniel Gonzaga

UM CHAMEGO IGUALZINHO AO SEU    

(ANASTÁCIA/ DANIEL GONZAGA)

Part. Anastácia/ Mestre Gennaro/ Quartinha/ Mestre Azulão

 

Mais uma minha com Anastácia. Chamego é nosso carro chefe. Sempre que a gente canta essa canção o povo anima.

Harmonia clássica do forró, Chamego é aquele forrozão mexido, gostoso.

Para fazer a sanfona dessa faixa chamamos Mestre Gennaro, músico das antigas, chegou a trabalhar com meu avô. Pense em um cara que toca o forró daquele jeito bom.

E pra acompanhar Gennaro chamamos Quartinha, zabumbeiro de tradição no Recife, que já gravou com praticamente todo mundo do meio.

E, pense em uma maravilha, a canção traz ainda uma homenagem a Mestre Azulão, de quem sou particularmente fã, que dá sua contribuição com seus motes caracteristicos.

A rainha do forró eu nem preciso dizer, certo? Arrasou, como sempre.

Um beijo, minha parceira.

Bateria - Guegué Medeiros

Triângulo - Julio Dreads

Zabumba - Quartinha

Sanfona - Mestre Gennaro

Voz - Anastácia

Baixo - Digo Ferreira

Flauta - Thais Ribeiro

Guitarra - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Part. Especial - Mestre Azulão

Programação - Daniel Gonzaga

XOTE COM SAUDADES 

(ANASTÁCIA/ DANIEL GONZAGA)

Part. Flavinho Lima/ Abner Lima

 

O título já é auto explicativo: é um xote e fala de saudades.

Tocado sempre daquele meu jeitinho, misturando guitarras e sonoridades, essa canção traz a participação de um dos meus cantores de forró prediletos: Flavinho Lima.

Conheci Flavinho, assim como Luizinho, Durval, etc... na estrada. Ele tocava, se não me engano, com Dominguinhos.

Flavinho tem um jeito todo próprio de cantar e aceitou o convite para minha gratidão.

Acompanhando Flavinho Lima veio Abner Lima. Abner vem a ser filho de Flavinho e tem apenas 16 anos.

Essa dupla pai e filho simboliza as novas gerações que estão chegando com força. Tocando bem e atentos à profissão.

Refrãozinho chiclete e muito amor no coração.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Triângulo - Julio Dreads

Zabumba - Gustavo Ferreira

Reco Reco - Julio Dreads

Sanfona - Abner Lima

Voz - Flavio Lima

Flauta - Thais Ribeiro

Guitarra - Zezinho Show

Baixo - Digo Ferreira

Programação - Daniel Gonzaga

SÓ RESTA LHE DIZER ADEUS                         

(DANIEL GONZAGA/ NANDO CORDEL)

Part. Natasha Falcão/ Rafael Meninão

 

Não sei por que mas as melhores idéias surgem no banho.

E no banho eu estava naquele bendito dia em que fiz a primeira parte de SÓ RESTA LHE DIZER ADEUS.

Como já sei que isso me acontece eu sempre levo o celular para o banho.

Gravei e aquela gravação com som de chuveiro e tudo eu enviei para Nando Cordel.

Nando não precisa de apresentações. Dono de sucessos vários na voz de importantes cantores do Brasil é compositor com C maiúsculo.

Pois ele ouvio o áudio e canetou a segunda parte com perfeição.

A música começou como um xote e acabou sendo gravada como um baião.

Como ela é uma música bem dramática resolvemos chamar a Natasha Falcão, que faria a música ficar bem sofrida. E realmente ficou. Com sua tecitura alta ela deitou e rolou na participação.

Acompanhando Natasha e levando a música nas costas vem a sanfona de Rafael Meninão. Menino que eu literalmente vi crescer  e se tornar um sanfoneiro requisitado e único.

Bateria - Guegué Medeiros

Zabumba - Gustavo Ferreira

Triângulo - Julio Dreads

Efeitos - Julio Dreads

Pandeirola - Julio Dreads

Sanfona - Rafael Meninão

Voz - Natasha Falcão

Baixo - Lau

Flauta - Thais Ribeiro

Guitarra - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Sax - Cleverson Oliveira

Trompete - Rodrigo de Castro Nunes

Trombone - Leonardo Canuto

INVERNIA DE AMOR                       

(DANIEL GONZAGA/ XICO BEZERRA)

Part. Amelinha e Julio

 

Xico Bezerra é a nata da nata. Compositor sensacional, já fez parceria com Deus e o mundo, só não tinha feito comigo. Aí demos um jeito nisso.

Lembro que eu estava em um taxi e chegou uma mensagem de Xico com uma letra.

Eu bati o olho e falei pra Carolina: "essa letra já tem melodia" e cantei, ali, a letra que tinha acabado de receber.

Em nossa cabeça já tinhamos quem chamar para cantar essa quase cantiga junina: Amelinha.

Fomos para o RJ, mais precisamente para Niteroi e encontramos Amelinha para gravar no mesmo dia em que estávamos gravando Gennaro e Quartinha no estúdio Gusdel, em Recife.

Era gravando em Niterói e monitorando a gravação em Recife.

Depois tods batemos um papo online e descobrimos que Amelinha é muito amiga de Xico Bezerra e gravou com Quartinha e Gennaro no estúdio Gusdel.

Esse mundo é muito pequeno mesmo.

Ter Amelinha nesse álbum foi um luxo conquistado pela Carolina Albuquerque.

Bateria - Guegué Medeiros

Sanfona - Pablo Moura

Zabumba - Gustavo Ferreira

Triângulo - Julio Dreads

Violão Aço - Julinho ?

Voz - Amelinha

Baixo - Digo Ferreira

Flauta - Thais Ribeiro

Sanfona - Cicinho Silva

Voz - Daniel Gonzaga

Programação - Daniel Gonzaga

Sax - Cleverson Oliveira

Trompete - Rodrigo de Castro Nunes

Trombone - Leonardo Canuto

VEM AMOR                        

(DANIEL GONZAGA/ ZECA BALEIRO)

Part. Zeca Baleiro/ Marcos Trança

 

Tô no celular e entra uma mensagem de... Zeca Baleiro.

"Fala Dani. Mandando essa letra pra gente começar a parceria".

Tá brincando?  A música era perfeita para fechar o álbum.

Fala da cidade e do sertão, que é a minha condição, e ficou bem alegre.

Na realidade soa quase como um convite: Vem amor...

E a poesia do Zeca ainda termina quase com um Suassuna:

 "Que a vida é um alto monte/ Quem quiser contar que conte/ Que eu canto e espanto o mal"

É um baião com cara de "embolada mas que não é".

Fechando a concepção do álbum de forma brilhante e com alto astral.

Zabumba - Marcos Trança

Triângulo - Julio Dreads

Guitarra - Daniel Gonzaga

Voz - Daniel Gonzaga

Voz - Zeca Baleiro

Sanfona - Joquinha Almeida

Bateria - Cassio Cunha

Baixo Daniel Gonzaga

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